O Rio de Janeiro não é mais a morada da bossa nova. "A casa da bossa é a Oca", afirma o videomaker Carlos Nader, que divide a curadoria da exposição Bossa na Oca com Marcello Dantas. Pelo menos até o dia 7 de setembro, tempo de duração da mostra, a reprodução de 800 m2 da praia de Copacabana, do apartamento de Nara Leão e até um encontro virtual entre nomes como Frank Sinatra e Tom Jobim, juntos num palco real, pretendem levar o visitante a uma vivência imersiva e interativa pelo estilo musical. Uma grande linha do tempo recepciona o público no térreo, onde está também uma seleção de obras de artistas como Lygia Pape, relacionadas ao contexto da época.
No primeiro andar, Tom e Vinicius ganham homenagens especiais, com salas ocupadas por banquinhos de piano, poltronas e exibições de curtas. O grande destaque fica, porém, para uma imensa projeção do mar no teto do museu, que o público pode contemplar deitado em um sofá, ouvindo clássicos da bossa nova. Um espaço de silêncio absoluto e sem eco, denominado câmara anecóica, que permite escutar as batidas do próprio coração e o estalar das juntas, também merece atenção. "A idéia é compreender a sensibilidade musical de João Gilberto", explica Marcelo Dantas.